sexta-feira, 5 de abril de 2013

É ela!

Oh, é ela! É ela! – sussurrei em meu coração
Vislumbrando imagens, fotografias dela!
É ela! Decerto, nunca vi mais bela!
Não obstante, nunca a vi – que maldição!

De minha donzela, são louros os cachos,
Perfume mavioso eu imagino.
Divago – sou só um menino
Enamorado d'um anjo lindo – diacho!

Oh, é ela! É ela! – só mais um devaneio
Sonho acordado com o sabor de sua boca.
Não me permita, oh Deus – tomar atitude louca
Anseio tão só abrigar-me em seu seio.

Escárnio! – A águia levou-me minha estrela!
Pois velejarei rumo ao meu amor!
E salvarei minh'alma desta dor
Ao – nos meus beijos e abraços – envolvê-la.

Oh, é ela! É ela! – sonho sob o luar
Com seu cheiro, seu gosto – princesa delicada.
Mas se nunca eu conseguir tocar minha amada,
Morrerei tentando – além-mar.

Soneto do Romance

Ah, sim, eu gritei para o mundo
Em mil músicas que cantei,
Em mil contos que contei,
Meu sentimento mais profundo!

Como amo uma donzela – pura
E bela, pálida como a face da morte,
Se eu beijá-la e se eu tocá-la, terei sorte,
Como a anseio com amargura!

Tu és a mulher idealizada do poeta ultrarromântico,
Imaculada e inacessível – e o que tenho é só um cântico;
Vivo e luto só para tê-la ao meu alcance.

Não prometo conquistar,
Mas prometo batalhar,
Para fazer nossa história não ser só mais um romance.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Soneto da Saudade

Começa num toque singelo,
Na minh'alma sinto seu calor;
Divago ao imaginar o gosto do seu amor,
Quimera e realidade entram em duelo.

Nestas memórias estou abrangido,
Ao cintilar destes olhos exauridos ─ sonho acordado
Na fria noite jaz o poeta apaixonado,
Também tão frio como cadáver esquecido.

Amo-te tanto quanto ama a lua
Sua luz e estrelas na vasta casa sua,
Na esperança d'um vivo romance tenho apego.

Memórias do que nunca aconteceu,
Saudades do que jamais lhe pertenceu,
E o amor se afoga em desespero.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Amaranto

Calor veemente penetra meu âmago,
Lume impetuoso, nem águas extinguem;
Reluz como o relâmpago,
Em meu coração as trevas diminuem.

Mulher que me domastes,
Como Van Gogh és insana,
Não percebes a ameaça que auferistes?
És brava – ou estúpida – como romana.

Bela, lúcida e amável,
Em ti não vejo sequer um defeito;
Imortalizada e intocável,
O amaranto de meu peito.

Minha verdade sobre ti derramo,
Escondei minhas vergonhas em teu seio;
Te odeio porque te amo,
E te amo porque te odeio.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Perdão

"Amigos, irmãos e colegas,
Não sabes vocês que escrevo
Só quando um sentimento me apega?

E se agora o que me tens apanhado
São somente o frígido e o gelado?
Tenho agora o receio que em meu coração
Não seja mais bem vindo o calor da emoção.

Perdoem-me então, meus amigos,
Colegas e irmãos do peito,
Se não posso mais acompanhá-los
Nessa aventura de ter um sentimento.

Nada posso fazer se a distância
Me roubou toda a alegria;
Deixou tão somente em meu coração
O vazio de quem sofre a sociopatia.

O poeta que antes em mim vivia,
Está a falecer de sede e fome;
Fatalidade, esta importunada,
Com ela meu espírito some.

Então peço-vos vosso perdão,
Meus irmãos, colegas e amigos,
Se em suas almas eu tenha trago tal decepção,
Mas se lembrem, por favor, de nossos tempos vividos."

Primeira poesia que escrevo dedicada a alguém. Eric Bonfim, te deixei na mão e peço teu perdão. Sei o quanto significava para você ter um parceiro poeta e você sabe o quanto eu me esforçarei para tentar voltar à ativa. Eu te amo, meu irmão.

domingo, 31 de julho de 2011

Eu te amo


Teu rosto é o mais belo,
Tua roupa, a mais fina;
Teu sorriso é singelo,
Teu olhar ilumina.

Tu tens um coração puro,
Ages de forma honrosa;
Teu passar é seguro,
Teu aroma é mais doce que o d'uma rosa.

Se for preciso fazer algo para te ver feliz, farei;
Ao ouvir teu tom superior, no ato eu gamo.
E sempre que eu te encontrar, fronte ao espelho, direi:
Pode ter certeza, eu te amo!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Nosso Lar


Atrás destes portões de aço,
Uma vida de fortuna e prazer lhe espera;
Atrás dos portões, onde para todos há espaço,
Venha, esta não é uma quimera.

Estenda suas mãos, junte-se a nós,
E viva uma vida abundante e satisfatória;
Ouça, o prazer solta sua voz,
Venha, viva a sua glória.

Portões de aço que guardam a nossa casa,
Portões de aço que te prendem neste mundo;
Agora que está dentro, queimar-te-ei na brasa,
Agora que está dentro, viverá com seres imundos.

Na nossa casa só há discórdia, dor e sofrimento,
Humanos, demônios, contaminados;
Almejamos sua vida desde seu nascimento,
Seja bem-vindo ao lar dos condenados.